Sammendrag
Resumo
No presente trabalho tenta-se discutir a questão da representação de Angola, através dos factos e da ficção apresentados no romance Estação das Chuvas do escritor angolano José Eduardo Agualusa.
Dentro de uma perspectiva teórica pós-colonial, não se pode discutir literatura angolana sem abordar a relação entre o discurso histórico e o discurso literário, devido, principalmente, ao recente processo de descolonização porque passou o país, onde a literatura desempenhou um papel de relevo nesse processo. Em Estação das Chuvas, o seu escritor traz para a literatura a história recente de Angola desde o período colonial ao pós-colonial até princípios da década de 1990, reconstruindo, desta maneira, os caminhos percorridos pela geração dos nacionalistas angolanos que lutou pela independência do país à nação actual, que representam os passos trilhados na construção da identidade nacional angolana.
Depois que discutidos os vários espaços que criam a nação angolana no
romance em estudo, representados aqui sobretudo pela cidade de Luanda, constatouse que Angola surge como a imagem da destruição, do desencanto, da desesperança e do medo. Dos ideais da geração dos nacionalistas angolanos pouco ou nada restou, e que dificilmente se pode hoje falar de uma identidade nacional porque, se esta é o
sentimento de pertença, de inclusão e participação enquanto cidadãos da uma nação, e se ela não está capaz de cuidar deles, dificilmente estes se poderão identificar com a nação. Os angolanos encontram-se, à luz de Estação das Chuvas, num beco sem saída , num impasse e em completa desarmonia com os seus dirigentes.